PUREZA DOUTRINARIA

A Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec na França em 1857, é uma doutrina progressista, que jamais deixará de se aperfeiçoar, trazendo-nos novos conhecimentos de acordo com nossa necessidade e capacidade de entendimento.

Nos estudos que às vezes temos oportunidade de fazer em algumas casas espíritas, constatamos com assombro o crescente número de irmãos que se interessam por esoterismo.

Alguns confrades , afoitos por novos conhecimentos se entusiasmam facilmente com tudo de novo e interessante que possa lhes aparecer sem se preocuparem com o invejável bom senso do Mestre Liônes, que nos aconselhou ser preferível recusar dez verdades a aceitar uma inverdade.

Sendo assim esses companheiros, ávidos por conhecimentos, buscam fora da Doutrina ou através de autores encarnados ou desencarnados sem conceitos no meio Espírita, as respostas para questões que julgam insuficientemente esclarecidas pela Espiritualidade Maior ou não abordadas pela mesma.

O perigo de tais atitudes reflete-se em tais companheiros divulgarem informações contrárias ao postulado Kardecista como se de tal fizessem parte, fazendo com que tais idéias sejam vagarosamente disseminadas em nosso meio, confundindo aos menos esclarecidos e desvirtuando os ensinamentos outorgados pela Espiritualidade Superior.

Se existem conhecimentos que ainda não possuímos, em outras doutrinas espiritualistas, o que pessoalmente não acreditamos, é que ainda não é chegado a hora de adquirirmos tal conhecimento.

A Doutrina Espírita não foi criada pôr Allan Kardec. Na realidade ela é a Doutrina dos Espíritos. Todas as informações que obtidas foram através de Espíritos Superiores, mas não de um único espírito. Uma informação só é aceita quando há universalidade no ensino ou seja, quando vários espíritos informam a mesma coisa, através de vários médiuns de lugares distintos.

O mesmo não acontece nas demais doutrinas espiritualistas, onde as informações são baseadas em observações, experimentações e opiniões pessoais que nem sempre refletem a verdade.

O que é inconcebível, e não podemos permitir, é que confrades utilizem a tribuna espírita para professar suas opiniões pessoais e teorias de outras doutrinas como se fossem ensinos da Espiritualidade Maior.

É necessário que preservemos a Pureza Doutrinaria, estimulando o estudo das Obras Básicas de Allan Kardec e das Obras Subsidiárias conceituadas, lembrando que todos somos responsáveis pelas idéias que divulgamos.

Imenso é o cabedal de ensinamentos contidos nas Obras Básicas, que devem ser estudadas e não apenas lidas. Existem mais de mil Obras Subsidiárias conceituadas, lembrando que apenas de Chico Xavier são mais de quatrocentas.

Não há necessidade de procurarmos conhecimentos fora da nossa Doutrina, visto que numa reencarnação apenas não teremos condições de adquirirmos todo o conhecimento por ela já divulgado.

Lembramos também que deveríamos nos preocuparmos mais com nossa reforma íntima, pois de que vale todo o conhecimento do mundo sem amor? Por acaso o conhecimento poderá salvar-nos?

Além de Allan Kardec e Francisco Xavier relacionamos a seguir alguns autores conceituados aos quais poderemos recorrer sem receio de encontrarmos incoerências doutrinarias:

- Léon Denis, Gabriel Dellane, Cammile Flamarion, Cairbar Schutel, Ernesto Bozzano, Divaldo P. Franco, Martins Peralva, Rodolfo Calligaris, Vinícius, João Nunes Maia, Eliseu Rigonatti, Hermínio C. Miranda, José Herculano Pires, Paulo Alves Godoy, Roque Jacinto, Richard Simonetti, Yvone A. Pereira, Zilda Gama, Raul Teixeira, Edições FEB, Etc.

Maikel Santos